O futuro do e-sports está não somente no trabalho de academy, espécie de categoria de base da modalidade, mas também nos atletas acadêmicos, que focam na formação universitária ao mesmo tempo em que se dedicam aos esportes eletrônicos.
O BB Games Series é um dos maiores eventos do país destinado a este público, com Minas Gerais aparecendo com boa presença entre os oito finalistas. Na competição de League of Legends (LOL), a equipe RIP Cruzeiro mostrou para a instituição que representa sua qualidade de chegar longe. O evento ainda conta com disputas no Counter Strike, além de Hearthstone e Clash Royale. Um total de 1750 foram inscritos para defender 310 equipes de 126 universidades de todas as regiões do país.
“O BB tem como uma de suas principais características estabelecer um diálogo permanente com nossos clientes de hoje e de amanhã. Esse movimento é apoiado, dentre outros, por promoções e patrocínios à cultura e ao esporte. O foco está no rejuvenescimento da base de clientes e na conquista de novos consumidores. E o público universitário é a representação do nosso futuro, são pessoas conectadas, dinâmicas e estão sempre em busca de inovação e boas experiências, assim como o BB. É por isso que nossa primeira ação junto a eles foi o Game Talks BB, um investimento nas Atléticas, possibilitando treinamento técnico com o Squad BB, formado por Ana Xisdê, Pimpimenta e Gaulês, nomes reconhecidos do mundo dos games e que colaboram nesse processo de conhecimento dos jogadores universitários”, afirma Paula Sayão, diretora de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil.
Com atletas que estudam na Universidade Federal de Minas Gerais, o RIP Cruzeiro teve a origem do nome em uma piada interna dos alunos que virou meme. Tudo baseado na parceria entre Cruzeiro e E-Flix, que chegou a participar da principal competição de LOL no país, antes do acordo ser desfeito. O talento dos representantes do time fez a fase regional e nacional ficar para trás, superando, inclusive, o time oficial indicado pela UFMG. A instituição chegou a ter mais de uma equipe no torneio, mas decidiu focar em um único time para que sua comissão técnica pudesse ter maior foco do seu trabalho em menos integrantes.
Saiu atrás e chegou na frente
Dos oito finalistas do torneio universitário, o RIP Cruzeiro é o único sem o apoio das ‘atléticas’, grupo responsável por dar suporte às equipes em vários setores.
“Quem conta com as atléticas tem mais visibilidade e estrutura. Elas ajudam a transmitir os jogos das equipes, promovem a parte de marketing com novos torcedores e geram engajamento. O nosso caso é diferente, somos totalmente independentes, a gente viu capitães de outros times surpresos com a nossa presença, não sabiam de onde vínhamos, por exemplo”, conta Gustavo Ribeiro, de 18 anos, estudante de Psicologia da UFMG e capitão da equipe mineira.
O caminho percorrido é de fundamental importância para dar experiência e rodagem para os integrantes, que precisam atuar em duas frentes, sem se esquecer dos estudos. “Já vimos jogadores que começaram no nível universitário antes de chegar ao profissional. O cenário é competitivo também, mas é claro que não temos a mesma condição de contar com staff e treinadores, ainda existe essa distância para os pro players. Com investimento, podemos chegar mais longe, tem muito talento nas competições universitárias”, garante Gustavo.
A chance de ter contato direto com times do mais alto nível é uma das maiores diferenças responsáveis pela evolução frequente, que possibilita atingir novo patamar dentro da competitividade exigida. “Os profissionais treinam com times do nível deles, algo que pra nós é limitado. Isso permite um crescimento mais sólido e rápido, a rotina de treinos deles é mais pesada, sempre treinam contra os melhores. Isso, dificilmente, acontece entre os universitários, fazendo uma certa estagnação de nível técnico acontecer. Fazemos o que está ao nosso alcance, sempre buscando por melhorar”, reforça o capitão.
Por Daniel Ottoni
