E-SPORTS DEIXAM DE SER PASSA-TEMPO E VIRAM INVESTIMENTO DE JOGADORES DE FUTEBOL

O contato frequente de jogadores profissionais de futebol e até de alguns que já penduraram as chuteiras com os e-sports fizeram com que eles se tornassem algo muito além de meros gamers. O vínculo com o universo, conhecendo equipes, modalidades, torneios e adversários, fez alguns deles vislumbrarem a ideia de terem suas próprias equipes. 

A boa condição financeira e a vontade de aprofundar a relação com os esportes eletrônicos fez com que não fosse necessário pensar duas vezes para tirar a ideia do papel. Ao mesmo tempo em que existe a responsabilidade, por buscar o retorno do investimento, também aparece o prazer de colocar em prática suas preferências e o perfil desejado de criar uma equipe com sua ‘cara’. 

Vários são os exemplos de jogadores que criaram ou se tornaram parceiros de equipes de e-sports. João Pedro do Watford (ING) e Kaique, da Sampdoria (ITA) criaram a equipe Vikings. O atacante Richarlison, do Everton (ING) é fundador da R7, situação que muitos outros também seguiram (confira lista ao final).

“Eu e o João Pedro (Watford) nos conhecemos na seleção de base e tínhamos interesse pelo Fortnite. Jogamos juntos também. Mantivemos essa relação por causa do jogo até que enxergamos uma oportunidade de investir começando por esse game. O projeto tomou forma e temos mais de 20 colaboradores hoje. E vimos também que era possível ter um retorno se fosse gerido profissionalmente. Atualmente, temos lines de Valorant, masculina e feminina, temos produtores de conteúdo e streamers e também um atleta profissional de Fortnite”, conta Kaique. 

O gosto pela coisa foi crescendo até que se depararam com a possibilidade de levar os esportes eletrônicos a sério, se tornando uma fonte de renda e uma possibilidade de ter uma visão de estratégia e gestão fora do mundo da bola. “Aconteceu de uma forma natural. Não era um desejo tão antigo quanto ser atleta de futebol, por exemplo, mas passou a ser conforme nos interessamos pelos jogos e entendemos que é um negócio prazeroso e rentável. A partir do momento que vimos que era possível, virou um desejo e um objetivo”, detalha o zagueiro da Samp. 

Hoje, dentro do Valorant no Brasil, a equipe tem o objetivo real de ter a melhor line. Um elenco competitivo foi formado pensando em resultados satisfatórios, que já estão acontecendo. “Conquistamos uma gaming house agora e acreditamos que podemos ir ainda mais longe”, projeta. 

A prioridade da dupla seguirá, por muitos anos, sendo o futebol, mas uma atenção especial, será sempre dada à ‘menina dos olhos’, tendo pessoas da confiança para gerir e fazer o negócio crescer. 

“É uma atividade profissional como qualquer outra. Muitos atletas de futebol têm outras ocupações ou investimentos. No nosso caso, supervisionamos ao máximo sem afetar nosso compromisso com os nossos clubes. Tenho amigos no futebol que têm restaurantes, empresas em sociedade e etc. Nós temos pessoas de confiança para acompanhar de perto e cuidar dos setores financeiros, dos técnicos, dos atletas e movimentar toda a estrutura”, indica Kaique. 

“Por eles passam as maiores decisões e o futuro da organização. Se não fosse o entusiasmo, investimento e confiança deles, não teríamos crescido tanto em tão pouco tempo. Eles estão presentes sempre que necessário e confiam em cada um que desempenha sua função”, afirma Marcos Steinmer, administrador do Team Vikings.

Confira alguns jogadores de futebol responsáveis por equipes de e-sports

Sergio Aguero  – KRÜ

Richarlison – R7

Daniel Alves – Good Crazy

Mesut Özil – M10 Team

Lucas Paquetá  – Paquetá eSports

João Pedro e Kaique Rocha  – Team Vikings

Antoine Griezmann – Grizi Esports

Douglas Costa – DC Team 

Danilo Avelar – Bears e possui uma line-up de CS:GO 

Ronaldo Fenomeno – era um dos sócios da equipe de eSports CNB, 

Casemiro – Case Esports David Beckham  – Guild Esports

Por: Daniel Ottoni

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