A competitividade, tão presente no mundo do futebol, faz com que os ‘boleiros’ profissionais tenham um desafogo em esportes eletrônicos. Ao mesmo tempo, eles não deixam de lado as disputas, que fazem parte da sua rotina há seguidos anos, para usá-las como uma motivação na hora de enfrentar amigos e colegas de profissão durante seu descanso.
São vários os jogadores de futebol habituados com algumas horas por semana na frente de um monitor e com um console na mão. Entre os mais conhecidos do mundo, estão Neymar, Hulk, além de outros nomes que fizeram questão de montar e investir em equipes profissionais para disputas que são levadas a sério como Ozil, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Piqué e Ruud Gullit.
Enquanto alguns fazem questão de reproduzir os mesmos movimentos do campo, jogando FIFA e PES, outros preferem se ‘distanciar’ da bola com um passa-tempo longe dos gramados. O goleiro Rafael, do Atlético, é praticante assíduo de Counter Strike desde o lançamento do game.
“Na base, com meus 14 ou 15 anos, eu já jogava bastante. Não me considero ‘viciado’, tudo em exagero faz mal. Mas sou muito ativo, principalmente nos meus momentos livres. É quando posso descontrair com meus irmãos e amigos, costumo jogar com frequência nos momentos de folga. Quando era mais novo, precisava ir em lan-houses, hoje consigo jogar em casa. Meus irmãos também gostam muito, é uma forma de nos deixar unidos, sempre em contato”, conta o goleiro.
As mulheres também marcam presença para ocupar as horas vagas. “Gosto de jogar Free Fire, o tempo é pouco pra jogar mas, quando tenho um tempo livre pra descansar, estou sempre jogando. A gente se provoca, sempre na boa. É uma pena que ainda temos que enfrentar o preconceito, não só nos gramados, mas também entre gamers”, revela Karol Arcanjo, jogadora de futebol profissional, hoje atuando no Palmeiras.
O meia Dylan Borrero, também do Galo, é outro aficcionado, tendo no equatoriano Otero, que já vestiu a camisa do Atlético e hoje está no Corinthians, como um parceiro frequente de games. “Jogo umas três ou quatro vezes por semana, não por muito tempo. É legal para aproveitar o pouco descanso que temos, em concentração também ajuda a passar o tempo”, conta.
Apostas saudáveis
Colocar em jogo apostas, valendo dinheiro ou outros tipos de premiações, é uma forma de ‘apimentar’ os duelos e deixá-los ainda mais competitivos. A prática é normal entre os ‘boleiros-gamers’, que não gostam de perder nem na hora do descanso. “Tenho um amigo que é dono de uma loja de sapatos. Eles coloca alguns produtos dele nas apostas e eu, às vezes, aposto algumas camisas do Galo. É uma coisa que já dura anos, a amizade é grande, mas a competitividade também. Fazemos campeonatos internos, juntamos muitos amigos que jogam. Vivemos de resultados, sempre fui um cara que gosta de ganhar, não é só pra me divertir. Quero sempre evoluir, chegar em patentes mais altas e assisto muitos vídeos para crescer e conhecer melhores estratégias”, revela Rafael.
Por: Daniel Ottoni