A forma de se vestir sempre traduziu a maneira de agir e pensar de muitas pessoas. No caso dos gamers, apaixonados por esportes eletrônicos, a pandemia fez algumas marcas de roupa ‘mergulharem’ no potencial deste mercado, tirando proveito do mundo digital. Algumas empresas criaram ações específicas para games e aplicativos para se posicionar junto a este público.
Este movimento veio para complementar um outro sentido que já acontecia, dos aficcionados que reproduzem, na forma de se vestir e até na pele, por meio de maquiagem, alguns dos seus personagens favoritos.
Tal comportamento é conhecido por cosmaker para se referir à pessoa que elabora e reproduz roupas e acessórios baseados em personagens já existentes. Os detalhes, como perucas e adereços, são bem representados após estudo e pesquisa para tentar reproduzir fielmente a ideia que serve como referência.
“Este é um movimento recente, até porque os esportes eletrônicos também são mais atuais. Desde 2018, vemos marcas se aproximando mais desse público e universo. A forma de se vestir mostra gosto, posicionamento e perspectivas de vida, é algo importante para a construção também das personas dos games. A cultura digital se tornou mais expressiva na pandemia, o que antes era um nicho ganhou mais espaço, com um universo maior de pessoas se atentando pra isso”, comenta Carla Mendonça, professora Doutora em moda e comunicação.
“Quem não se lembra na infância de ter algum conjuntinho dos clássicos Pacman, Sonic ou Mario Bros? Unir moda e games não é algo novo, mas certamente os últimos anos elevaram essa parceria a níveis inicialmente inimagináveis”, conta Cynthya Rodrigues, Business Development Director na PMP.BID, empresa com foco em Mídia Programática e no mercado Gamer do Grupo Logan.
Um dos bons exemplos foi a marca Gucci criar um tênis para ser usado somente como avatar. Por US$ 12, o usuário compra o tênis e pode usá-lo como filtro no Instagram e também em games. Outra marca que investe no setor é a Luis Vitton. Confira outras ações ao final da matéria.
“Até algum tempo atrás, nossa inspiração de como se vestir tinha relação direta com as pessoas famosas que víamos na TV. Mais recentemente, pulamos para observar os influenciadores digitais e hoje, sem muita surpresa, nos inspiramos nas modas dos jogos. Roupas com detalhes neon, por exemplo, até motivam a criação de novas marcas de roupas com algo tecnológico, ou, até os fones de ouvido da Razer com orelhinhas, similares a alguns personagens dentro dos jogos. Além disso, as oportunidades são imensas para trazerem marcas já consagradas pelo grande público para brilharem no universo gamer. O usuário, por outro lado, tem a possibilidade de escolher se compra a peça na vida real ou uma skin para seu personagem no jogo, ampliando ainda mais a presença e lembrança da marca e consequentemente aumentando as possibilidades de monetização”, acrescenta Cynthya.
Contato direto sem necessidade de ir a campo
Outra vantagem apontada por Carla Mendonça é a forma mais barata das marcas realizarem suas estratégias de campanha de aproximação com o público. “Não é necessário que se faça uma coleção, a produza e coloque lá fora pra vender. As marcas estão aproveitando esta oportunidade. Essa geração de jovens está querendo mostrar quem é por meio da maquiagem colorida, dos gêneros fluidos, do cabelo que é de sua preferência, não poderia ter algo mais atual e adequado ao momento que vivemos”, pontua.
Conheça outras ações envolvendo moda e o mundo gamer
3 – Até a Balenciaga entrou na onda e criou seu próprio jogo, o Afterworld: The Age of Tomorrow, literalmente um jogo criado sob medida para a apresentação da coleção de inverno 2021, onde é possível a visualização das peças em 3D. Clique aqui e confira.
4 – Empresa PMP.BID tem opção “In Game Reality Ads”, possibilitando monetização de espaços publicitários para as marcas dentro dos jogos. Vai desde um outdoor virtual a customização da roupa dos personagens ou até mesmo a criação de lojas dentro do cenário dos jogos, onde é possível fazer um match com a vida real e ao mesmo tempo que você compra uma skin, também recebe a peça em casa.
Por Daniel Ottoni