Um clássico com mais de 100 anos de história começou uma nova trajetória em 2020 com potencial para acirrar ainda mais uma rivalidade histórica. O duelo entre Ceará e Fortaleza saiu dos gramados e já chegou aos esportes eletrônicos, com o confronto seguindo como especial e diferente para os dois lados.
Depois do primeiro clássico, na bola, acontecer em 1914, o embate com os consoles na mão veio no ano passado com potencial para seguir por muitos anos e testar a emoção dos torcedores em um outro formato. O Ceará formou a equipe primeiro, há cerca de um ano, antes do concorrente não perder tempo para seguir o mesmo caminho, certo do potencial da oportunidade que surgia dentro dos e-sports.
A pandemia impediu que os gamers se enfrentassem de forma presencial e com torcida, o que terá um ‘calor’ diferente que ainda é esperado pelos dois lados e que, certamente, vai trazer um ambiente especial ao duelo. “São sempre jogos especiais que mexem com os torcedores. Clássico sempre tem um peso maior e ficamos felizes em poder trazer essa disputa para os esportes eletrônicos. As disputas que ocorreram até aqui foram nos gramados virtuais, no Fifa e PES. No Fifa, na primeira Copa Cearense de Futebol Digital, promovida pela Federação Cearense de Futebol, o Ceará levou a melhor com 9 a 0 no placar agregado. A segunda Copa Cearense do Fifa também contou com vitória do Ceará sobre o Fortaleza. Em outra competição, a Star League, foi a vez do Fortaleza ser campeão”, conta Tiago Morais, gerente de e-sports do Ceará Sporting Club.
Vencer o rival é sempre motivo de orgulho, com a certeza de que um grande adversário foi batido e da representatividade deste triunfo. “Não só em motivação mas, para a evolução do nosso cenário e para nossa torcida, vencer o ‘clássico-rei’ é sempre motivo de orgulho seja em qualquer modalidade. O torcedor tricolor carrega essa rivalidade sempre, em tudo que o Fortaleza estiver”, aponta Matheus Celino, diretor de e-sports do Fortaleza, responsável pela expansão do clube a outras modalidades além do futebol digital.
Os dois times são uma grande força do Nordeste, que também pede passagem dentro do mundo virtual. Para Tiago Morais, representar potências do futebol mostra uma visão que nem todos os clubes do país aderiram até aqui. “O mercado dos e-sports ainda é novo e é difícil estabelecer um paralelo com o cenário do futebol nacional. É outra realidade e ainda são poucos os clubes de futebol presentes proporcionalmente falando. Ainda mais se levarmos em consideração as inúmeras modalidades e possibilidades. Existem muitas organizações de e-sports como a Loud, Fúria, Mibr, Red, Team One, que movimentam paixões e são bons cases. Não tenho dúvidas de que, para o mercado, um clube como o Ceará, que traz o valor agregado de sua torcida, uma das mais participativas nas mídias sociais em todo o mundo, chama a atenção de investidores. Esporte eletrônico não tem fronteiras”, garante.
Por: Daniel Ottoni