GRAN TURISMO CONTA COM BRASILEIRO ENTRE OS TOPS E PRESENÇA DE PILOTOS REAIS AJUDA EM MAIOR VISIBILIDADE

A paixão por velocidade não poderia fazer o sonho de Adriano Carrazza ser outro. Desde pequeno, o belo-horizontino de 31 anos é viciado em velocidade, paixão que cresceu ainda mais aos nove anos quando ele e o irmão compraram a primeira edição do Gran Turismo, jogo de corrida virtual que tem a chancela da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Adriano é, hoje, um dos grandes nomes da modalidade, que soube se adaptar bem ao momento da pandemia.

Enquanto torneios foram cancelados, adiado e colocados em stand by, Adriano conta com a sorte de fazer parte de uma modalidade virtual, que sofreu poucos impactos. O maior deles foi a ausência dos eventos presenciais em lugares que trazem boas lembranças como Mônaco, Austrália, Nova York, Tóquio e Alemanha. 

“Os campeonatos seguem normais, agora todos de forma online. A pandemia ajudou a crescer e acho que vai evoluir ainda mais. Era muito legal ver de perto, nos eventos presenciais toda a estrutura com grande cobertura da mídia. Agora não temos isso mais. Apesar do meu sonho de criança não ter se concretizado, o que faço hoje me satisfaz bastante. Tenho amigos que são pilotos de corridas reais que falam que a adrenalina, nas disputas online, é a mesma. A maior diferença é na parte física, mas o mundo virtual sacia todo o meu desejo de ser um piloto de rua”, comenta o vice-campeão mundial de 2019 e atual campeão das Américas. 

Adriano, atualmente, é patrocinado pela Thrustmaster e Extreme Sim Racing, fazendo parte da equipe King Of Asphalt. De forma profissional, ele atua nos eventos de Gran Turismo desde 2017 e ainda busca se firmar de vez, financeiramente, neste cenário. “Com meus patrocinadores, pago minhas costas, mas ainda tenho outras fontes de renda. Meu objetivo é viver disso, ter um maior conforto financeiro no futuro”, conta. 

Adriano treina de três a quatro horas por dia e quando os campeonatos acontecem, as atividades chegam a ter seis horas de sequência, demandando um grande preparo mental e psicológico. 

Das ruas para os volantes virtuais

Engana-se quem pensa que o mundo virtual e o real não se misturam. O piloto mineiro Igor Fraga, da F3, é um dos que se aventuram nos dois meios com sucesso, assim como o francês, Esteban Ocon, da Fórmula 1. Igor Fraga foi, inclusive, campeão do Gran Turismo em 2018.

“Ele é um grande amigo, treinamos juntos. O Nelsinho Piquet também corre mas, como ele não tem tanta experiência, fica um pouco pra trás. Ter a noção de pilotar é importante, mas é algo diferente, não é só chegar que vai ter o mesmo tempo dos que já estão neste meio há mais tempo”, explica.  A presença de referências do mundo real fortalece a cena dos games, que ainda são mais conhecidos por produtos como PES, LOL e Counter Strike. “O nosso público sempre foi mais restrito, mas temos caminhado bem, essa migração dos pilotos reais nos deu uma nova visibilidade, o futuro é promissor”, projeta. O calendário do Gran Turismo de 2021 ainda não foi divulgado e pode ser anunciado em fevereiro.

Por: Daniel Ottoni

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